quarta-feira, 19 de julho de 2017

O que pensam os deputados sobre a 'Emenda Lula'


Parlamentares aliados e adversários do ex-presidente comentam proposta de Vicente Cândido (PT-SP)


Deputado federal Vicente Cândido (PT-SP)Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Por Anderson Bandeira
Da Folha de Pernambuco

A proposta do deputado Vicente Cândido (PT-SP) de criar uma emenda ao relatório da reforma política para impedir a prisão de candidatos até oito meses antes das eleições foi rechaçada pelos deputados da bancada federal pernambucana. A medida, nos bastidores, é vista como uma estratégia do petista para evitar a prisão do ex-presidente Lula numa eventual postulação, o que levou a ser chamada de Emenda Lula. Entre aliados e adversários do ex-presidente no Estado há convergência de entendimento: a proposta não é bem-vinda.

Um dos principais críticos do ex-presidente, o deputado Daniel Coelho (PSDB) considera a emenda "antiética e imoral". A seu ver, ela não prospera. "Ela é do ponto de vista legal, uma aberração inconstitucional, porque imagine oito meses antes da eleição não teve convenção. Então não existe candidato, você vai impedir que qualquer brasileiro seja preso? Porque qual a diferença de um cidadão comum para Lula? Está evidente que é uma tentativa de beneficia-lo", diz.

No entendimento do tucano, a emenda visa também "proteger políticos que estão sobre investigação" e deverá trazer desgaste para o autor da proposta. "Não acredito que vingue. O número de pessoas investigadas na Câmara é alta, mas temos dois 2/3 de parlamentares que não são investigados e não vão querer".

Aliada de primeira hora do ex-presidente, a deputada Luciana Santos (PCdoB) diz que ainda não teve acesso a justificativa de Vicente. Entretanto, diz que a grosso modo, a ideia não é boa. "Não podemos fazer uma proposta para uma situação específica. Temos que fazer uma proposta para todos de maneira perene. Não para uma pessoa, uma necessidade", critica.

Membro da comissão de reforma política, o deputado Tadeu Alencar (PSB) diz que a proposta "é absolutamente insustentável, inoportuna e desrespeitosa com a inteligência da população". "É um escárnio", dispara.

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