quarta-feira, 27 de julho de 2016

Da coluna de Magno Martins

Postado por Magno Martins


Anderson aderiu à oposição

Ao festejar, ontem, o apoio do senador Armando Monteiro Neto, provável candidato a governador em 2018, o pré-candidato do PR a prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, sinalizou de forma clara, embora não agressiva, para um rompimento com as forças aliadas ao governador Paulo Câmara (PSB). O republicano sabe que em política toda ação gera uma consequência e toda decisão tem o seu preço.

O preço será a perda de todos os cargos que ocupa no Governo estadual. Na montagem da sua equipe, Câmara entregou a Secretaria de Transportes a Sebastião Oliveira e o DER – Departamento de Estradas e Rodagem – a Anderson. Foi à forma que encontrou para contemplar as duas principais lideranças do PR depois que o ex-deputado Inocêncio Oliveira pendurou as chuteiras e hoje quase não dar pitacos no Governo nem interfere em decisões de natureza partidária.

Anderson recebeu o DER de porteira fechada, ou seja, além do diretor-geral teve autonomia para nomear todos os cargos do órgão. Desde já, pode se preparar para o contra ataque. O governador já deixou correr solta ontem a versão de que irá afastar todos os aliados do deputado amparados por ele, não apenas no DER, mas em outras áreas. O que se diz é que Anderson abençoou, também, algumas ovelhas do seu rebanho em outras áreas da administração direta e na Prefeitura do Recife.

Desejoso de emplacar um aliado em Jaboatão, no caso o socialista Heraldo Selva, com a abertura do prefeito Elias Gomes, de abrir mão da indicação de um tucano para cabeça de chapa, o governador chegou e emitir sinais a Anderson para retirada da sua candidatura, mas ele fez de conta que não entendeu. Câmara só não esperava que, além de rebeldia, viesse a ser desafiado.

O abraço em Armando, celebrado ontem por Anderson, na presença de velhos adversários do governador, representa um rompimento com as forças governistas, termo que ele se recusou a usar, certamente para não declarar uma guerra aberta com o Palácio das Princesas. O republicano precisa entender que em política só existem dois lados: oposição e governo. Ele fez a primeira opção e terá que arcar com o ônus.

ANTECIPAÇÃO DE 2018– Enquanto o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), joga todas as fichas na candidatura do empresário João Dória, a ausência do ministro José Serra na convenção do partido mostra que os tucanos estão divididos. A eventual aliança de Marta e Matarazzo pode sinalizar o início de uma conversa para 2018, entre o PMDB do presidente em exercício Michel Temer e o grupo do tucano José Serra. Correndo por fora, o líder nas pesquisas, Celso Russomano (PRB), é uma incógnita, já que sua candidatura está sub judice, aguardando análise do STF.

Novos tempos –
 Ao declarar, ontem, apoio ao candidato do PSB em Jaboatão, o presidente estadual do PSD, André de Paula, surpreendeu com um discurso que emocionou a todos os presentes. "Heraldo não terá apenas o apoio formal da legenda (PSD), mas o nosso envolvimento afetivo e efetivo. Vai dispor de tudo que estiver ao nosso alcance porque a sua luta é a nossa luta, a luta do povo de Jaboatão. Nós temos a compreensão do que está em jogo. Heraldo é o prefeito do futuro, o prefeito dos novos tempos de Jaboatão. Uma cidade que precisa ter uma gestão eficiente, contemporânea, ousada, inovadora e empreendedora”, afirmou.

A costura em Floresta– Da mesma forma que entrou no processo de Jaboatão para fazer de Heraldo o candidato do Governo, o governador Paulo Câmara agiu para construir a unidade no município de Floresta entre as forças da prefeita Rorró Maniçoba (PSB) e o deputado estadual Rodrigo Novaes (PSD). Depois de uma longa negociação se chegou ao consenso em torno do nome do procurador Obadias Novaes, parente de Rodrigo e também de Gatão, esposo da prefeita. Para vice, Rorró indicou sua ex-secretária de Finanças, Izabela Maniçoba. Além de costurar o acordo, o governador fez questão de fazer o anúncio e até a foto oficial em Palácio.

Polarização– Em Serra Talhada, com a desistência de Nena Magalhães, pré-candidato do PTB, a disputa fica polarizada entre o prefeito Luciano Duque (PT) e Victor Oliveira, do PR, neto do ex-deputado Inocêncio Oliveira. Também pré-candidato, Marquinhos Dantas, do Partido Solidariedade, abriu igualmente mão do embate para virar vice na chapa de Victor.

Ventos de 2018–
 Em Lisboa, onde se hospedaram no mesmo hotel para uma curta temporada de férias aproveitando o recesso branco do Congresso, o senador Armando Monteiro Neto (PTB) e o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB) foram vistos afinando a viola em conversas que pareciam não ter fim. Num passado não muito distante, eram feito óleo e água – não se misturavam. Agora, falam e escrevem o mesmo dialeto. Emissários de ambos acham que a paralelas deles se cruzam mais cedo ou mais tarde. Para ambos, os ventos de 2018 já batem em suas janelas.

CURTAS

A VICE– À frente da Fundadora da Associação Nossa Voz, Ceça, vice de Antônio Campos, candidato do PSB em Olinda, oferece um conjunto de atividades educativas, culturais e assistenciais para famílias em situação de vulnerabilidade. “Olinda precisa de mudança. E é uma honra para mim como mulher, mãe, professora e olindense, juntamente com as comunidades, poder contribuir para uma Olinda melhor para as nossas famílias”, disse em discurso no ato da conformação do seu nome na chapa.

PROUNI– Aguardado desde 2013, o ProUni Municipal em Petrolina foi assinado, ontem, pelo prefeito Júlio Lóssio (PMDB). O decreto regulamenta a Lei Municipal nº 2.801 de março de 2016 que institui o Programa de incentivos fiscais a empreendimentos prestadores de serviços de ensino superior e dá outras providências.

Perguntar não ofende: Quem o prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque, vai escolher como candidato a vice?

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