sexta-feira, 27 de maio de 2016

Da coluna de Magno Martins


Postado por Magno Martins

Armando quer revanche com Câmara

De volta ao cenário estadual, disposto a mergulhar fundo nas eleições municipais, o senador Armando Monteiro Neto (PTB) deu, ontem, na entrevista que concedeu ao Frente a Frente, uma demonstração de que vai, enfim, assumir o verdadeiro papel que a as urnas atribuíram a ele: de principal líder da oposição. Armando fez uma radiografia extremamente negativa e pessimista da situação do Estado pilotado pelo socialista Paulo Câmara.

“Problemas todos os Estados têm e, devo reconhecer que há uma crise econômica no País, mas o que se verifica hoje em Pernambuco é uma falta de presença do governo”, disse, para acrescentar: “O que existe é um quadro de desgoverno, de falta de rumo. Pernambuco está sem rumo, sem lideranças. Esse é o sentimento que vimos por onde passamos e até aqui em Brasília”.

Armando foi derrotado por Paulo Câmara nas eleições passadas, mas de imediato não entrou no dia a dia das questões locais porque recebeu da presidente afastada Dilma Rousseff convite para assumir o Ministério do Desenvolvimento, no qual ficou quase dois anos, fazendo incursões no mundo inteiro, mas agora, com o novo quadro nacional provocado pela admissibilidade de Dilma no Senado, foi obrigado a traçar uma estratégia que passa pela recomposição das suas forças no Estado e por um discurso mais crítico em direção ao PSB.

“Pernambuco precisa de oposição, de fiscalização. Não é oposição ao Estado, mas a tudo que está levando o Estado ao fundo do poço. Eu, por exemplo, no Senado, tenho obrigação de apoiar tudo que for de interesse do Estado, mas é preciso que se fortaleça a presença fiscalizadora da oposição em Pernambuco, que deve cobrar as ações do Governo, exigir que a ação governamental possa atender o interesse da população”, afirma.

Na mesma entrevista, quando provocado a responsabilizar o governador pelo que enxerga de um verdadeiro caos, o senador preferiu não culpar exclusivamente a figura de Paulo Câmara. “Não gosto de fazer juízos pessoais. O que há é um desgaste muito acentuado da administração, que está evidente nas pesquisas que temos em todas as regiões de Pernambuco. O que se verifica é um déficit de liderança. É como se de repente o Estado não tivesse um rumo claro”, desabafou.

Há muito, Armando já vinha dando suas estocadas no Governo, mas com o tempo tomado pelas funções de ministro que ocupou, acabou não fazendo uma marcação mais cerrada, certamente esperando dar mais tempo. Era, convenhamos, uma espécie de trégua, que chegou ao fim, definitivamente, coincidentemente quando se aproximam as eleições municipais, nas quais tem que levar o seu partido a sair das urnas bem mais robusto, porque já está de olho no Palácio das Princesas.

É candidato, novamente, a governador. Uma revanche com Câmara, agora sem o efeito da comoção da morte do ex-governador Paulo Câmara, que o tirou da liderança nas pesquisas, é tudo que o senador sonha e deseja.

VAI DE SILVINHO– No plano da eleição do Recife, Armando Monteiro até pensou em cacifar a candidatura da deputada Priscila Krause, do DEM, mas percebeu que não tinha um discurso de sustentação para justificar seu afastamento do palanque de velhos aliados, como o pré-candidato do PRB a prefeito, Silvio Costa Filho, filho do deputado federal Silvio Costa, cão de guarda do senador. Mas numa eventual segundo turno, se Silvio Filho não chegar lá, tanto pode apoiar Priscila quanto o tucano Daniel Coelho, mesmo que ambos sejam de partidos de oposição ao conjunto das forças de Armando no cenário nacional.

O segundo pernambucano– 
Com a nomeação de Luiz Otávio Cavalcanti para a Fundação Joaquim Nabuco, o ministro da Educação, Mendonça Filho, emplaca o segundo pernambucano em estruturas da sua pasta. O primeiro foi o professor Maurício Costa Romão, que assumiu a Seres (Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação). Na prática, ele vai mostrando que ganhou um Ministério de porta fechada e que tem autonomia para montar a sua equipe de trabalho.

Os assediados por Dilma- O PT precisa de apenas dois votos para reverter o jogo do impeachment na votação definitiva em plenário, em agosto. São alvos de assédio os senadores Cristovam Buarque (PPS-DF), Antônio Reguffe (sem partido-DF) e Hélio José (PMDB-DF). Cristovam e José afirmaram na primeira sessão que votaram apenas pela abertura do processo e que poderiam mudar de opinião. Já Reguffe, que tem planos para disputar o Governo do DF, foi mais crítico em seu discurso contra o Governo Dilma, mas ele faz parte do grupo de senadores que defendem a PEC das novas eleições.

Sugadores da viúva– A EBC – Empresa Brasileira de Comunicação – era uma grande farra na gestão do PT. Sites voltados para defender o Governo recebiam rios de dinheiro, como os de Luís Nassif, Paulo Moreira Leite, Emir Sader e de Tereza Cruvinel, esta ex-presidente. Somados os contratos desses jornalistas a viúva sangrava com R$ 3 milhões por ano. Levantamento feito pela gestão Temer indicam que o projeto de transformação da EBC em uma instituição pública de comunicação chegou o engolir R$ 3,6 bilhões. Era uma teta para jornalistas chapas branca do petismo.

O alvo é Sérgio Moro–
 É patética a tentativa de transformar as conversas gravadas por Sérgio Machado em provas de que o impeachment é parte de complô para acabar com a Lava Jato. Dilma e Lula estavam empenhados nesse objetivo e estão sendo investigados por obstrução de justiça. As conversas, na realidade, revelam que o mundo político está mobilizado para tentar controlar o juiz Sérgio Moro (foto), a Polícia Federal e o Ministério Público.

CURTAS

PONTO A PONTO– Os cientistas políticos Antônio Lavareda, Fernando Schüler e a jornalista Mônica Bergamo conversam sobre a configuração do Governo Michel Temer no Ponto a Ponto de amanhã na BandNewsTV. O semanal vai ao ar à meia-noite, com reprises no domingo às 17h30; na terça (31) e na quinta (2), às três horas. Lavareda pondera que o governo Temer tem um perfil parlamentarista.

TAPA-BURACO- o deputado federal Kaio Maniçoba (PMDB) cobrou ao secretário estadual de Transportes, Sebastião Oliveira, por meio do Departamento de Estrada de Rodagem (DER), a realização imediata de uma operação tapa-buraco no trecho da BR – 122, entre os municípios de Lagoa Grande e Santa Cruz. O percurso tem verdadeiras crateras, que colocam em risco a vida de muita gente que trafega por lá.

Perguntar não ofende: Qual o próximo escândalo da série provocado pelas delações premiadas?

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