quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Da coluna de Magno Martins



Postado por Magno Martins 




Crise, eleições e o futuro de Dilma

Ano de eleições, 2016 começa de fato na próxima segunda-feira num cenário de tremendas incertezas no plano nacional. Interrompida pelo recesso do Congresso e as férias de janeiro, a crise da Lava jato, o maior escândalo dos últimos 30 anos, responsável pela quebradeira na Petrobras, terá duros reflexos na disputa municipal. O futuro de Dilma e do seu Governo ainda é de incertezas.

Embora o Supremo Tribunal Federal tenha amortecido o processo de impeachment, tirando poderes da Câmara dos Deputados e transferindo-os para o Senado, onde o Governo tem maior poder de controle, a certeza de que acabará o seu mandato ainda é uma grande incógnita para Dilma. Mais complicado está o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Este deve ser cassado. Já o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), denunciado também na operação Lava Jato, está se complicando. Dilma tentou criar uma agenda positiva nos últimos 60 dias, mas não conseguiu superar a crise nem tampouco evitar que o Tribunal Superior Eleitoral avance em outro processo de cassação do seu mandato por contas de campanha mal-assombradas.

Na denúncia que apresentou ao TSE, o PSDB diz que a chapa que a elegeu deve ser impugnada porque a campanha da então candidata recebeu dinheiro de propina da Petrobras, omitiu a divulgação de dados para facilitar a sua reeleição e usou cadeia nacional de rádio e televisão para se promover — práticas, todas elas, vedadas pela Lei Eleitoral.

João Otávio de Noronha, relator do caso no TSE, pediu que o STF compartilhe as provas que estão naquele Tribunal, especialmente as apresentadas por Ricardo Pessoa, dono da UTC, que diz ter repassado à campanha da petista R$ 7,5 milhões depois de pressionado por Edinho Silva, então tesoureiro e hoje ministro da Comunicação Social. A doação está registrada na Justiça Eleitoral.

Um tribunal eleitoral não cassa um mandato sem a prova inequívoca. Se as provas forem consistentes, ela não cai só. Temer dança junto. Se isso acontecer, marcam-se novas eleições num prazo de 90 dias. Se ocorrer nos dois anos seguintes, o Congresso elege presidente e vice em 30 dias. Em qualquer dos dois casos, completa-se o que falta do mandato e se realizam eleições em 2018.

VIOLÊNCIA ZERO– O prefeito de Olinda, Renildo Calheiros (PMDB), comemorou o fato do Carnaval não ter provocado uma só morte, sendo o mais tranquilo dos últimos anos. A festa injetou R$ 190 milhões na economia, atraindo 2,8 milhões de pessoas. Durante a folia, os hotéis e pousadas registraram uma ocupação de 98%. A Secretaria de Saúde registrou 2.075 atendimentos médicos e clínicos e a Vigilância Sanitária realizou 1.305 inspeções. Os serviços de limpeza urbana recolheram aproximadamente 670 toneladas de lixo, sendo 50 toneladas de material reciclável.

Sem abrir o jogo – Embora tenha circulado os quatro dias de Carnaval ao lado de Luciana Santos (PCdoB), o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros (PCdoB), ainda faz mistérios quanto à candidatura da deputada à prefeita do município. Em entrevista ontem no programa Frente a Frente, Calheiros disse que há disposição da parte dela para ir à disputa, mas seu nome não será imposto. “Vamos promover uma grande discussão”, alertou.


Impossível acabar com o mosquito– Em entrevista nas páginas amarelas de Veja, o infectologista paulistano Artur Timerman, presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses, revelou que a capacidade de adaptação do Aedes aegypti é tão grande que erradicá-lo é uma estratégia inútil. O bom caminho para diminuir o pânico com os casos de zika associados à microcefalia, segundo ele, é o investimento pesado em estudos para o desenvolvimento de uma vacina.
Relação com microcefalia – Por falar em zika, o chefe do Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC), Tom Frieden, disse, ontem, que o material genético retirado dos cérebros de bebês mortos no Brasil são a "maior evidência até agora" da relação entre microcefalia em recém-nascidos e o Zika vírus. Frieden disse que a agência norte-americana está aprendendo mais sobre o Zika a cada dia, incluindo a possibilidade de transmissão do vírus das mães para os bebês e as relações entre a doença e a microcefalia, mas ressalvou que a relação ainda não pode ser definitivamente provada.
Violência em Condado – Condado, a 58 km do Recife, deu sinais durante o Carnaval de que tende a fazer uma das campanhas mais tensas e radicalizadas da sua história, despencando para o campo da violência. Em sua página no Facebook, a prefeita Sandra Felix (PSDB) denunciou que o ex-prefeito Egberto Quental (sem partido) mandou invadir e depredar sua residência, sob o pretexto de que o seu bloco não pode passar numa rua fechada pela Prefeitura. “Vivi momento de terror”, disse a tucana.
CURTAS 
BAITA ESCÂNDALO– Uma votação popular internacional elegeu a Petrobras como o segundo maior caso de corrupção do mundo. O nome da estatal aparece entre os nove escândalos mais conhecidos, segundo a ONG Transparência Internacional. Com 11, 9 mil votos, a petroleira só fica atrás do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovych, que recebeu 13.210 votos pelo suposto desvio milionário de recursos para sua conta privada.
ABRINDO O BICO– Apontado pelo empresário Fernando Moura como um dos precursores do esquema de propinas instalado na Petrobras, em 2003, na abertura do primeiro mandato do ex-presidente Lula, Silvinho Pereira comunicou ao juiz federal Sérgio Moro que se dispõe a 'prestar os esclarecimentos porventura necessários'. Será que vai contar tudo que sabe sobre os esquemas de Lula?
Perguntar não ofende: A quem pertence então o tríplex? 

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