quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Da Coluna de Inaldo Sampaio

Guga Lins





Coluna Fogo Cruzado – 11 de fevereiro de 2016

Ruy Lins de Albuquerque era filho do escritor Ulysses Lins de Albuquerque e irmão do ex-governador Etelvino Lins

Ruy Lins de Albuquerque, conselheiro aposentado do TCE, morreu no Recife terça-feira de carnaval, coincidentemente a festa de que mais gostava. Tinha 83 anos de idade, era filho do escritor (da Academia Pernambucana de Letras) Ulysses Lins de Albuquerque e irmão caçula do ex-governador Etelvino Lins. Do pai, natural do município de Sertânia, herdou o gosto pela cultura da região – sua culinária, seus costumes, seus personagens – magnificamente descritos por ele nos livros “Moxotó brabo”, “Três Ribeiras” e “Um sertanejo e o sertão”. E, do irmão, o gosto pela política, embora nunca tenha disputado mandato eletivo. Era um exímio contador de “causos”, muitos dos quais protagonizou fazendo peregrinação com o pai, então candidato a deputado federal, pelos municípios do Sertão. Foi um servidor público na acepção literal do termo, cuja maior virtude era a austeridade intransigente no trato da coisa pública.

Os herdeiros de Etelvino

Da família do ex-governador Etelvino Lins, restam poucas pessoas na política: o prefeito de Sertânia Gustavo (“Guga”) Lins (PSDB) e seu irmão José Etelvino Júnior, o “Junhão”, ex-vice-prefeito e atual vereador. A sobrinha Rosa Lins de Albuquerque Barros foi prefeita de Arcoverde (duas vezes) e deputada estadual. Mas, hoje, está afastada da vida pública. Ela diz que já deu sua contribuição a Arcoverde e que decidiu abandonar a política “na hora certa”.

Samba – Valeu a intenção da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel (RJ) de homenagear no desfile deste ano o centenário de nascimento do ex-governador Miguel Arraes. Mas o samba-enredo que levou à Marquês de Sapucaí, “Memórias de pai Arraia, um sonho pernambucano, um legado brasileiro”, tem melodia tão fraca que jamais será tocado pelas emissoras de rádio.

Campeão – Geraldo Júlio foi a mais um prefeito do Recife a declarar que “fizemos o maior carnaval de todos os tempos”. João Paulo disse a mesma coisa nos 8 anos em que foi prefeito.

Volta – A Amupe faria bom negócio se conseguisse convencer as prefeituras de Pernambuco que têm fundos próprios de previdência deficitários a retornaram ao Regime Geral.

Troca – Líder da bancada do PT na Câmara Municipal do Recife, o vereador Osmar Ricardo já dá como certa a filiação da vereadora Marília Arraes (dissidente do PSB) ao seu partido.

Giro – O deputado Sílvio Costa Filho, da bancada petebista na Assembleia Legislativa, deu um giro pelos pólos de carnaval para testar sua popularidade. Foi muito bem recebido por onde passou e, desde já, coloca o nome à disposição do PTB para disputar a prefeitura do Recife. Só falta combinar com o ministro Armando Monteiro.

Gosto – Do ex-senador Pedro Simon (PMDB-RS) à revista Isto É: “Na campanha presidencial de 89, os candidatos eram excepcionalmente bons (Ulysses Guimarães, Mário Covas, Leonel Brizola, Luiz Inácio Lula da Silva, Aureliano Chaves, Guilherme Afif Domingos, etc.), mas ganhou o pior (Collor)”. É a prova de como o eleitor é imprevisível.

Carnaval 1– Tentando o retorno à prefeitura de Igarassu, o ex-prefeito Yves Ribeiro (PSB) promoveu um “carnaval alternativo” na cidade para se contrapor à programação oficial do prefeito Mário Ricardo (PTB). Suas prioridades foram grupos de ciranda, maracatus e o genuíno frevo pernambucano, que não se renova, mas não cai de moda. O carnaval da Bahia todo ano lança um “hit”, que no ano seguinte ninguém lembra mais.

Carnaval 2 – Com uma homenagem a Maria Betânia, a Escola de Samba Mangueira sagrou-se campeã do carnaval do RJ. Foi a preferida do público e da comissão julgadora, e não apenas dos “juízes” a que se reportou Capiba no clássico “Madeira que cupim não rói”. Não se esperava que a Unidos de Vila Isabel ganhasse o troféu homenageando Miguel Arraes, quatro anos após a Unidos da Tijuca ter levado o título com uma homenagem a Luiz Gonzaga.

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