Ricardo Noblat
Acabou a trégua que a crise política havia dado à presidente Dilma e ao seu governo para que tentassem administrar a crise econômica.
Como o governo não sabe direito o que fazer para salvar o país do buraco, de pouco adiantou a trégua. De resto, ela foi curta.
Desde ontem, com a prisão do líder do governo no Senado, a crise política tirou Dilma para dançar.
Por ora, ninguém no Congresso acredita que continuará, ali, a respirar-se o clima de boa vontade com as medidas do ajuste fiscal.
Fraco entre os deputados de Eduardo Cunha, o governo parecia forte no Senado de Renan Calheiros.
Levará muito tempo para cicatrize as feridas deixadas no Senado pela prisão de Delcídio.
É fato que uma maioria folgada de senadores referendou a decisão do Supremo Tribunal Federal de prender Delcídio.
Isso não quer dizer que o Senado esteja em paz. Está ferido. Assustado. E joga parte da culpa no governo.
Os políticos, em geral, consideram que o governo pouco ou nada tem feito para protegê-los.
“A verdade é que o governo perdeu o controle da Polícia Federal e a capacidade de influenciar o Ministério Público Federal e os tribunais superiores”, disse-me um senador do PMDB.
O que será do amanhã? Responda quem puder.
O juiz Sérgio Moro pode ter uma ideia do que será do amanhã. Mas ele não fala a respeito.
A Lava-Jato saiu fortalecida do episódio protagonizado por Delcídio e o banqueiro André Esteves.
Os poderes funcionaram a contento até aqui.
A democracia brasileira resistiu muito bem a um novo teste.
Bola pra frente!
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