quarta-feira, 2 de setembro de 2015

A peleja do governo com o Congresso em torno de uma peça de ficção





Ricardo Noblat

Devolver ao governo, como pede a oposição, Renan Calheiros, presidente do Senado, diz que não o fará.

Ficará no Congresso, portanto, a proposta do Orçamento da União para 2016 despachada para lá pelo governo.

Mas assim como Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, Renan também considera que é problema do governo tapar o buraco de 35 bilhões do orçamento.

- Quem faz a peça orçamentária é o poder Executivo – disse Eduardo.

Renan completou:
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- Os ajustes poderão ser feitos aqui, mas cabe ao governo propor alternativas para a superação do déficit orçamentário. Não espere que o Congresso possa fazer isso. O que nos cabe é propor saídas para o Brasil.

Quem pariu Mateus, pois, que o embale.

Nelson Barbosa, ministro da Fazenda, imaginou tapar o buraco ressuscitando a CPMF, o imposto sobre o cheque.

Foi tal a gritaria que a CPMF durou menos do que uma rosa.

Joaquim Levy, ministro da Fazenda, defendeu mais cortes de despesas para tapar o buraco do orçamento.

Dilma não topou. Reinvestida da função de Ministra da Economia, preferiu transferir o problema para o Congresso.

Passará à História como a primeira presidente a enviar ao Congresso um orçamento deficitário.

Em torno de uma peça de ficção, que é o Orçamento, o país assistirá até o fim do ano à peleja entre um poder (Executivo) que abdicou de uma tarefa que era sua e outro (Legislativo) que finge nada ter a ver com isso.

No que vai dar?

Ora, no previsível: em mais um serviço mal feito.

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