Ricardo Noblat
Devolver ao governo, como pede a oposição, Renan Calheiros, presidente do Senado, diz que não o fará.
Ficará no Congresso, portanto, a proposta do Orçamento da União para 2016 despachada para lá pelo governo.
Mas assim como Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, Renan também considera que é problema do governo tapar o buraco de 35 bilhões do orçamento.
- Quem faz a peça orçamentária é o poder Executivo – disse Eduardo.
Renan completou:
ADVERTISEMENT
- Os ajustes poderão ser feitos aqui, mas cabe ao governo propor alternativas para a superação do déficit orçamentário. Não espere que o Congresso possa fazer isso. O que nos cabe é propor saídas para o Brasil.
Quem pariu Mateus, pois, que o embale.
Nelson Barbosa, ministro da Fazenda, imaginou tapar o buraco ressuscitando a CPMF, o imposto sobre o cheque.
Foi tal a gritaria que a CPMF durou menos do que uma rosa.
Joaquim Levy, ministro da Fazenda, defendeu mais cortes de despesas para tapar o buraco do orçamento.
Dilma não topou. Reinvestida da função de Ministra da Economia, preferiu transferir o problema para o Congresso.
Passará à História como a primeira presidente a enviar ao Congresso um orçamento deficitário.
Em torno de uma peça de ficção, que é o Orçamento, o país assistirá até o fim do ano à peleja entre um poder (Executivo) que abdicou de uma tarefa que era sua e outro (Legislativo) que finge nada ter a ver com isso.
No que vai dar?
Ora, no previsível: em mais um serviço mal feito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário