terça-feira, 25 de novembro de 2014

DELAÇÃO PREMIADA PRECISA DE PROVAS


 

 por Inaldo Sampaio

Coluna Fogo Cruzado – 25 de novembro

Humberto Costa não tinha cacife político em 2010, quando disputou o Senado por Pernambuco, para ameaçar de demissão um diretor da Petrobras

O senador Humberto Costa aparentemente não se intimidou com a manchete do “Estadão” do último domingo segundo a qual teria recebido R$ 1 milhão do esquema de propina da Petrobras por meio do então diretor de abastecimento Paulo Roberto Costa. Como a matéria não cita provas, fazendo alusão apenas ao suposto depoimento que o ex-diretor teria dado à Polícia Federal, sob “delação premiada”, ainda não é possível avaliar o seu grau de veracidade. No entanto, há alguns trechos da matéria que são totalmente desprovidos de lógica. Por exemplo: Paulo Roberto teria dito que sofreu pressão do petista pernambucano para liberar o dinheiro sob pena de demissão. Ora, Humberto Costa em 2010, quando o dinheiro teria sido liberado, não tinha a menor influência no governo. Era apenas candidato a senador por Pernambuco e isso não lhe dava a menor condição política de ameaçar tirar do cargo um poderoso diretor da Petrobras.

Ainda faltam as provas

Direta ou indiretamente, já teriam sido citados por Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Yousseff como supostos beneficiários de recursos desviados da Petrobras quatro políticos de Pernambuco: o ex-governador Eduardo Campos (PSB), o ex-deputado Sérgio Guerra (PSDB), o senador Humberto Costa (PT) e o senador eleito Fernando Bezerra (PSB). Mas prova que é bom até agora, nada. A menos que estejam em poder do MP, Polícia Federal e do juiz Sérgio Moro.

Ministros – Foi dito ontem nesta coluna que desde o governo José Sarney (1985-1989) Pernambuco sempre teve representantes no 1º escalão do governo federal: Marco Maciel, Fernando Lyra, Ricardo Fiúza, Gustavo Krause, Raul Jungmann, Humberto Costa, Eduardo Campos e Fernando Bezerra. Mas faltou citar Joaquim Francisco, José Jorge e José Múcio.

Expurgo – O PSDB-PE vai expurgar do partido os filiados que nas últimas eleições não apoiaram Aécio Neves para presidente da República, mas ainda não tem a lista dos infiéis.

Dilúvio – A ser verdade o que circulou em Brasília há uma semana, vêm aí novos escândalos envolvendo os fundos de pensão das estatais, Banco do Brasil, Caixa Econômica e Eletrobrás.

Amigo – Por proposição do presidente Biu Farias, a União dos Vereadores de Pernambuco vai prestar uma homenagem a Eduardo Campos em seu próximo congresso na cidade de Surubim.

Acerto – O deputado José Chaves (foto) diz que Dilma Rousseff deu o “tiro certo” ao convidar o senador Armando Monteiro (PTB) para comandar a política industrial do seu futuro governo porque ele sabe de cor e salteado a pauta da indústria, tem espírito público e é pernambucano.

Distância – O governador eleito Paulo Câmara não quer se envolver na eleição da mesa diretora da Assembleia Legislativa, marcada para 1º de fevereiro. Mas já foi avisado pela bancada do PSB de que se deixar o barco correr frouxo a reeleição de Guilherme Uchoa (PDT) é inevitável.

Jardim 1 – O prefeito João Mendonça (PDS) classifica como “perseguição” do governador João Lyra Neto à sua pessoa o fato de a Fundarpe não ter dado resposta até agora ao pedido de ajuda solicitada pela prefeitura para realização em Belo Jardim, agora em dezembro, do tradicional “Jardim Cultural”. O governo alega que está fechando as contas de 2014 e que não há recursos para bancar o evento.

Jardim 2 – João Mendonça (PSD) afirma também que seu município deixou de receber ajuda do governo estadual desde que seu primo, opositor e deputado federal reeleito, Mendonça Filho (DEM), fez aliança no plano local com a deputada Raquel Lyra (PSB), filha do governador. Que nega perseguição a quem quer que seja, muito menos da Frente Popular, porque não é seu jeito de fazer política.

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