segunda-feira, 28 de julho de 2014

QUINTETO VIOLADO VOLTA A BRILHAR NA MISSA DO VAQUEIRO

 
Quinteto Violado

Celebrada, ontem, pela 44ª vez seguida, a tradicional Missa do Vaqueiro, no parque do Sítio Lages em Serrita, a 570 km do Recife, repetiu o sucesso dos anos anteriores e trouxe de volta, depois de 12 anos de ausência, um parceiro que nasceu junto com o evento: o Quinteto Violado, que deu um show espetacular.

O Quinteto foi resgatado por uma decisão do governador João Lyra Neto (PSB), que esteve presente para prestigiar o ato religioso, que reuniu mais de mil vaqueiros de várias regiões do Estado e do Ceará, Paraíba, Bahia e Rio Grande do Norte. Também se apresentaram o cantor Josildo Sá, um dos responsáveis pelo sucesso da festa, Flávio Leandro e o Coral Aboios.


Cantor Josildo Sá


Governador João Lyra Neto (PSB) durante os festejos da Missa do Vaqueiro

Um dos fundadores da Missa, o poeta-repentista Pedro Bandeira, aos 84 anos, foi bastante festejado e reverenciado, pois representa a memória viva do evento, segundo Helena Câncio, viúva do Padre Câncio, a principal responsável pelo sucesso de um ato, que embora religioso, tem também o seu lado profano.

A primeira Missa foi realizada em 1971, no quarto domingo de julho, e a tradição está sendo mantida há 44 anos. Inicialmente, ela serviu de protesto pelo assassinato impune de um humilde vaqueiro chamado Raimundo Jacó, que era primo de Luiz Gonzaga, ocorrido naquele sítio em 8 de julho de 1954.


Poeta-repentista Pedro Bandeira, um dos fundadores da Missa

Foi idealizada pelo Padre João Câncio dos Santos, pelo compositor Luiz Gonzaga e pelo repentista Pedro Bandeira, dos três o único vivo. Em 1976 foi criada a trilha do sonora da missa do vaqueiro, com as rezas de sol composta por Jandhuy Filizola, natural de Caruaru, conforme João Lyra destacou, tendo arranjos do Quinteto Violado.

Na semana anterior à missa, ocorreu a feira e a festa do vaqueiro, com diversas manifestações como a vaquejada, banda de pífanos, zabumbeiros, sanfoneiros tocando forró pé-de-serra, baião, xote, xaxado, ciranda, coco, cantorias, repentistas, aboiadores.


Aboiadores

Na feira são vendidos objetos artesanais e decorativos, comidas tradicionais à base de milho e mandioca, rapadura, caldo de cana, beijus, entre outras. Para a missa, no Sítio Lages, foi construído um altar de pedra em forma de ferradura.


Vaqueiro com objetos que são vendidos na feira

No ofertório, as oferendas são objetos do cotidiano do vaqueiro: peças de sua indumentária de couro, arreios, e instrumentos usados no pastoreio do gado. Durante a celebração eles improvisam versos de aboio sobre cada peça ofertada. A missa é uma homenagem aos vaqueiros e sua bravura diante das vicissitudes do sertão.


 
DO BLOG DE MAGNO MARTINS.

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